terça-feira, 12 de outubro de 2010

Memórias de infância: O primeiro dia de aulas

         ANA SOFIA
Quase todas as infâncias são belas, mágicas e com muitas peripécias divertidas para contar. No entanto, há sempre um momento que todas as crianças não esquecem, que é o primeiro dia de aulas. Lembro-me perfeitamente do meu.
         A noite anterior à minha entrada na escola foi um suplício. O relógio teimava em manter os mesmos números durante longos períodos. Eu já começava a ser invadida por vários sentimentos como a ansiedade, o medo, a curiosidade… e já sentia as famosas borboletas no estômago. Mesmo assim contive-me, porque não queria acordar os meus pais.
         Para me acalmar, pus-me a imaginar as professoras, os novos amigos e aquela que iria chamar “minha escola”. Com tanta imaginação acabei por adormecer na macia almofada de penas que me fora oferecida no meu aniversário.
         Entretanto, a manhã chegou e a energia que tinha em mim era tanta que não me deixava parar, nem um segundo.
         No caminho para a escola, foi como se me tivessem sugado a energia. Estava quase imóvel. Sentia medo, medo de algo não correr bem. A travessia de casa à escola foi feita em silencio, o que deveria se complicado para uma faladora como eu. Mas, quando cheguei à escola, tudo isso passou. Arranjei logo companhia e mandei os meus pais embora, já com a mania de ser independente. O dia passou rápido, e à noite, o que não faltaram foram histórias para contar. Histórias essas que relatavam, nem mais nem menos, do que a minha felicidade por estudar.

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