quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Entrevista realizada  no Funchal, num centro de apoio a toxicodependentes, pelos alunos Diogo Ferreira , Carina Freitas , Mafalda Marques , Carolina Bettencourt

“Senhora, Gabriela … O que lhe levou a entrar no mundo da droga?

R: Foi basicamente por influência dos amigos. Quando experimentei pela primeira vez, a sensação era espectacular mas depois queria sempre mais e mais, acabando por ficar viciada sem querer admitir.



E a si, senhor Tiago… O que lhe levou a entrar também no mundo da droga?

R: Entrei no mundo da droga porque um dos meus dois filhos morreu atropelado, ai entrei numa depressão e não liguei muito ao meu outro filho e assim ficando agarrei-me as drogas.


Doutora acha que há uma idade típica ou este problema é mais comum nalguma faixa etária específica?

R: Creio que não, penso que não uma altura ‘ideal’ para este problema começar, pois as situações que levam ao uso de drogas podem acontecer em qualquer idade. Contudo, este problema tem-se mostrado mais típico em jovens, uma vez que em geral, não têm tanta consciência do que se estão a meter, e é um período em que geralmente estão mais instáveis psicologicamente, e cedem mais facilmente a más influências.

Voltemos a vocês, senhora Gabriela e senhor Tiago …

Senhor Tiago… o que o fez desistir da droga?

R: O meu filho claro, ele já nem falava comigo e ele nem ia a escola por minha causa e ai vi que estava a fazer mal ao meu filho e desisti.


E a si, Senhora Gabriela … O que o fez desistir da droga?

R: A minha família e os meus verdadeiros amigos, sem dúvida! Eles fizeram me ver que ainda havia muito por viver e que estava a estragar a minha vida!

Mas, doutora se a droga é um vício, que, de certa maneira afasta-os, como podem as pessoas que conhecem o toxicodependente, levá-lo a desistir sem provocar grandes distúrbios?

R: A melhor forma de deixar de fazer algo, é como a começámos, ou seja neste caso, gradualmente. As pessoas que rodeiam o toxicodependente, têm que transmitir a mensagem que as drogas são fortemente prejudiciais, mas, não devem colocar uma restrição demasiado rígida em relação a elas logo de início, pois isso só iria causar situações de grave stress para o toxicodependente. Assim, com redução gradual das quantidades de droga, o próprio organismo vai desabituar-se delas, e assim, tornar a sua ausência aceitável, e a sua presença completamente inútil.
Temos outra pergunta para vocês, mas não a ultima.

Senhora Gabriela … sente-se melhor agora que deixou esse problema da sua vida?

R: Claro, voltei a minha vida normal… voltei aos estudos e ao trabalho e especialmente a relação entre os meus pais e amigos melhorou bastante.

E o Senhor Tiago também sente-se melhor?

R: Sim, porque agora passo mais tempo com o meu filho, com os meus amigos e já não tenho aquele peso na consciência.


Agora pergunto a si:
Senhora doutora, do ponto de vista fisiológico, o que pensa que provoca o sentimento de necessidade de tomar drogas?

R: Quando a quantidade de ansiedade é muito elevada, por vezes as pessoas recorrem à procura de calmantes. As drogas no fundo são isso, calmantes, mas são extremamente viciantes, pois além do efeito calmante, provocam outras sensações, que ao início até podem ser agradáveis, mas que lentamente vão degradando o funcionamento cerebral.

Senhor Tiago… o que mudou na sua vida depois desta experiência?

R: Muita coisa, voltei a minha vida normal, o meu filho já se relaciona comigo, os meus amigos apoiem-me sempre e estou muito feliz.


E você senhora Gabriela… O que mudou na sua vida depois desta experiência?

R: Bem… depois desta experiencia, tenho viver a minha vida de uma maneira mais calma e aproveitá-la ao máximo.

E Doutora como é que podemos fazer para ajudar alguém que seja toxicodependente?

R: É o seguinte, ninguém pode ajudar uma pessoa que tenha se esse problema, se essa pessoa não quiser ser ajudada. Por isso essa é a base. Mas no momento em que isso acontece, é essencial o apoio constante de amigos e familiares da cuja pessoa, a todos os níveis, têm que essencialmente mostrar-lhes que há a possibilidade de... no fundo acalmar, sem a recorrência às drogas. Evidentemente que há casos mais graves que, embora o toxicodependente esteja disposto a ultrapassar o problema, o seu organismo praticamente não consegue viver sem as substancias e tem de, além de ter o tal apoio, ter ajuda terapêutica.

Os  nossos convidados  deixaram uma mensagem de sensibilização às pessoas para nunca experimentarem nenhuma droga.

Gabriela Correia – “não devem nem pensar sequer em experimentar, não vale mesmo a pena!”

Tiago Marques – “ não experimentem porque depois ficam sós e é difícil de deixar o vício.


Dr.ª Clara Costa – “consumir drogas é auto destruir-se

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